À MÍNGUA DE CORAGEM MORAL A ASSUMIREM...
Reiniciando
meus trabalhos extra-escolares, mas não extra-educacionais, em desfavor de
pseudoeducadores...
Pois de tanto, após averiguações nos registros de “propriedades”
da correspondência, posso constatar que se trata ainda daquela que, agora
certeza temos, não poderia ser Diretora nem de seu próprio destino, devido às
tantas limitações políticas e lingüísticas. Portanto, constato tratar-se da
indigitada homônima. Escusando-me de mais comentários quanto ao léxico,
simplesmente anoto, à velha moda das corrigendas em vermelho, as impropriedades
entrevistas.
Quanto ao mais, ao teor em
si (supondo haver), ou à guisa de dar-lhe algum, argumento:
a) “Sabia que você (eu) não teria, COMO SEMPRE...”
– Como sempre demonstra a minha coerência, eis que não me
camuflo de bajulador ao sabor das temperanças eólias, ditas pelo vulgo “em cima
do muro”. Os exemplos só se convertem em tais (– exemplos – na relação
educador/educação/educando) quando os argumentadores-educadores têm permanente
coerência consigo mesmo, como sempre, ainda que divergentes forem
as opiniões/ações dos argumentadores-educandos. Aceita-las assim, no verdadeiro
desenvolvimento singular das autonomias, é o campo limitado ao docente que não
permaneceu no século XIX. Isto não significará que, havendo desenvolvido
evolutivamente determinado conceito, um próprio entendimento novel – dês que
não antagônico aos princípios ético-filosóficos (ao contrário de alguns
partidos), ao assumi-lo nesta nova versão, publica e justificadamente, haja dai
qualquer incoerência, pelo contrário, reafirma-se a própria autonomia. Assim
aconteceu, por exemplo, com a minha última filiação partidária: há quatro anos
tive certeza do que a maioria (mas nem todos ainda, estamos vendo), do que só
agora se dão contas as massas – de que o governo democrático e popular é
uma farsa. Busquei instruir-me – e o faço permanentemente –
diferentemente de alguns pretensos professores – que mais não fazem além
de professar as verdades alheias. Infelizmente estes, alijados do
presente, desprovidos de argumentos às discussões em seu fundo
filosófico-político (intrínseco em todas minhas ditas arengações) – o que
obviamente aos néscios não é dado observar devido às próprias limitações aqui
relembradas – mais não fazem que buscarem subterfúgios em descabidos humores e
honras melindrados. Nas tais instruções descobri que, dentre muitos que me
antecederam, assim o disse Mikhail Aleksandrovitch Bakunin (1814-1876), revolucionário e
anarquista russo, combatendo o pensamento de Karl Marx:
"Assim, sob qualquer
ângulo que se esteja situado para considerar esta questão, chega-se ao mesmo
resultado execrável: o governo da imensa maioria das massas populares por uma
minoria privilegiada. Esta minoria, porém, dizem os marxistas, compor-se-á de
operários... Sim, com certeza, de antigos operários, mas que, tão logo se
tornem governantes ou representantes do povo, cessarão de ser operários e
por-se-ão a observar o mundo proletário de cima do Estado; não mais
representarão o povo, mas a si mesmos e suas pretensões de governá-lo. Quem
duvida disso não conhece a natureza humana."
b) Mais disse a melindrada: “não
teria (eu) HUMILDADE de...”
– a humildade na prática filosófico-política e/ou econômico-capitalista
distancia-se daquela crédulo-religiosa advinda dos cultos monoteístas na
cultura ocidental (judaísmo, cristianismo, islamismo), inversamente das
práticas orientais, onde se confundem na unicidade. Exemplificando, veja-se o
que entende uma pouco conhecida corrente filosófico-cristã [I]:
“Aqueles
que se rebaixam ante os outros querendo parecer humildes, porém estão cheios
de ressentimentos, inveja ou ambição.
Outra falsa humildade é não
reconhecer ou não acreditar em seu real valor e se sentir inferior, pode até
possuir humildade porém se inferioriza a tal ponto ante seus semelhantes,
sentindo grande sofrimento em seu interior, este ser não respeita a sua
dignidade.”
Outros
trechos do mesmo escrito certamente até prestar-se-iam ao entendimento da
querelante, eis que absurdamente apolíticos, pelo que deixo de os citar, por
indignos aos entendidos princípios destes arrazoados.
Opostamente
aparenta entender um filósofo contemporâneo, em seu artigo (grafos nestes
excertos)...
Pequeno
Tratado das Grandes Virtudes [III]
André Comte-Sponville [IV]
“Assim, é a virtude dos santos, quando os
sábios, fora Montaigne, às vezes parecem desprovidos dela.
Pascal não está de todo errado ao criticar a soberba dos filósofos. É que
alguns deles levaram a sério sua divindade, sobre a qual os santos não se
iludem. “Divino, eu?” Seria preciso ignorar Deus, ou ignorar a si mesmo. A
humildade recusa pelo menos a segunda dessas duas ignorâncias, e é nisso, antes
de tudo, que ela é uma virtude: está vinculada ao amor à verdade e a ele
se submete. Ser humilde é amar a verdade mais que a si mesmo.
“... evite-se confundir a humildade com a
micropsuchia de Aristóteles, que é mais bem vertida por baixeza ou
pequenez. De que se trata? Estamos lembrados de que toda virtude,
para Aristóteles, é uma cumeada entre dois abismos. Assim é no caso da
magnanimidade ou grandeza de alma: quem se afasta dela por excesso cai na
vaidade; quem se afasta por falta, cai na baixeza. Ser baixo é privar-se
daquilo de que se é digno, é desconhecer seu valor real, a ponto de se
interditar qualquer ação um pouco elevada, por nunca se acreditar capaz dela.
Essa pequenez corresponde muito bem ao que Spinoza, distinguindo-a da humildade
(humilitas), chama de abjectio, que se costuma traduzir por desestima ou
desprezo por si, mas que Bernard Pautrat teve razão de traduzir por baixeza: “A
baixeza (abjectio) é fazer de si, por tristeza, menos caso do que seria justo.”
É evidente que essa baixeza pode nascer da humildade, e é isso então que
torna esta última viciosa.
...
Alcançamos aqui, no fundo, a dupla crítica, kantiana e nietzscheana, da humildade. Vejamos um pouco os textos. Na Doutrina da virtude, Kant opõe legitimamente o que chama de “falsa humildade” (ou baixeza) ao dever de respeitar em si a dignidade do homem como sujeito moral: a baixeza é o contrário da honra, explica ele, e aquela é tão certamente um vício quanto esta, uma virtude.
Kant apressa-se evidentemente em acrescentar que também existe uma verdadeira humildade (humilitas moralis), da qual ele dá esta bela definição:
“A consciência e o sentimento de seu pequeno
valor moral em comparação com a lei é a humildade.”
Longe de atentar à dignidade do sujeito, esta última
humildade a supõe (não haveria razão alguma para submeter à lei um indivíduo
que não fosse capaz de tal legislação interior: a humildade implica a elevação)
e a confirma (submeter-se à lei é uma exigência da própria lei: a
humildade é um dever).
c) E continua (como se
possível) a espancada: “não teria (eu)... humildade de RECEBER CRITICAS...” – quais
críticas, se não as fez? – Reveja-se, verbis:
“Me tire de sua lista também pois não sou
múmia, penso e muito mas não faço parte deste séquito de babacas como você.
Lista de discussão é uma coisa, lugar de paranóicos e indivíduos desprovidos de
desconfiometro e principalmente de humildade despejarem seus recalques é outra
coisa. Procure outro lugar para endereçar seus textos ridículos e arcaicos.é
dose ter que te aguentar . Magda”
Relembremos vez outra os
martinistas: “Aqueles que se rebaixam ante os outros querendo parecer
humildes, porém estão cheios de ressentimentos, inveja ou ambição.”
Quais alcunhas mais
se prestam à citação supra? A mim ou à de cujos caberiam os sentidos de paranóica,
e recalcada, e ridícula? Quanto a arcaico,
Sra., instrua-se um pouco (ou no mínimo consulte uma gramática) antes de
confundir arcaísmo [V]
com erudição [VI].
Houaiss também lhe será de valia, a distinguir destra de sinistra
(saberá fruí-lo?).
Ademais de se lembrar,
contudo, que hoje é de melhor sentido, no ensino fundamental, conhecer os
caminhos à informação do que acumular erudição conteudística; talvez já tenha
ouvido de tais avanços – por que não os aplicamos?
d) Tenta concluir, por fim,
como que a se escusar: “FOI POR ISSO QUE TE
ENVIEI AQUELA MENSAGEM, ASSIM PUDE
COMPROVAR QUE, APESAR DE SUA INTELIGÊNCIA, TE FALTA
AINDA TANTA COISA PARA APRENDER NESTE MUNDO.”
Decerto muito me falta aprender – de resto o busco a
toda jornada, como me propiciou nesta – e consciência muito maior disto temos
os que assim praticam, e aplicam, diferentemente d’outros (esta sim,
construção ortográfica preciosística), que apaniguam as inércias e limites
alheios, semi-ocultos na ignomínia do semi-anonimato, À MÍNGUA DE CORAGEM MORAL
A ASSUMIREM PLENAMENTE SUAS INVECTIVAS.
-xox-
“Se você conhece o inimigo e conhece a si
mesmo, não precisa temer o resultado de cem batalhas. Se você se conhece, mas
não conhece o inimigo, para cada vitória sofrerá uma derrota. Se você não
conhece nem o inimigo nem a si mesmo, perderá todas as batalhas!”
Sun Tzu [VII],
em “A arte da Guerra”.
[I] Os Martinistas. Ver: http://www.hermanubis.com.br/index.html
[III] Conforme artigo em:
[IV]
Professor de Filosofia, André Comte-Sponville é mestre de conferências da
Universidade de Paris I (Panthéon-Sorbonne).
[V]
Segundo: http://www.paulohernandes.pro.br/glossario/a/arcaismo.html
:
Arcaísmo
- Palavra, construção ou sentido remanescente de estágios anteriores da língua,
em desuso no linguajar atual. O arcaísmo é modalidade de preciosismo
e, de modo geral, deve ser evitado por causar obscuridade
ao texto. Exemplos de arcaísmos:
Ortográficos – Francez
(francês), gráo (grau), hymno (hino).
Morfológicos – Cidadoa (feminino
com desinência em -oa, em vez de -ã – Cidadã), pagado
(em vez de “pago”), recebel-o (pronome oblíquo “o” em vez de “lo” nas
flexões verbais – Recebê-lo).
Vocabulares – Avença
(“Concórdia”. O antônimo “desavença” permanece em uso), cáspite!
(puxa! caramba!), leixar (deixar).
Sintáticos – Começar cantar
(começar a cantar), todos homens (todos os
homens), Joaquim vindo de São Paulo para
Barretos... (em vez de “Vindo Joaquim de São Paulo para
Barretos”...).
Semânticos – Asinha (“depressa”.
O sentido atual é “pequena asa”), catar (“olhar”. Sentido atual mais
comum: “pegar”, “escolher um a um”), Formidável (“amedrontador”. O
sentido atual é “excelente”, “magnífico”).
Algumas
formas arcaicas ainda resistem em falares regionais. No Brasil, observam-se,
especialmente no Nordeste, pronúncias como fruita
(fruta), malinar (verbo formado a
partir de malino, atual “maligno”), vĩo
(vinho), testemunhas vivas de usos lingüísticos de séculos atrás.
[VI] http://pt.wikipedia.org/wiki/Erudição : Erudição é uma instrução vasta e variada, adquirida sobretudo pela leitura e pelo estudo, notadamente direcionada a um conhecimento de cunho acadêmico. Pode-se chamar de sábia uma pessoa erudita, embora a rigor o conceito de sabedoria deva incluir também competências mais amplas, como prudência, moral e experiência de vida.
[VII] General chinês que viveu no século IV AC.