VELHINHA DE TAUBATÉ

Heitor G. Carvalho

 

Message: 1 = Date: Thu, 18 Aug 2005 12:48:44 –0000

From: “Heitor G. Carvalho”, heicarvapl@hotmail.com

Subject: Velhinha de Taubaté


As “reservas morais”, Hélio Bicudo, Aloísio Mercadante, Eduardo Suplicy, Patrus Ananias e outros começam a campanha de ”esclarecimentos” e anunciam providências que todo o governo deveria tomar como rotina como “grandes conquistas sociais”: funcionamento de postos de saúde, campanhas assistenciais, etc... Seria ainda minimamente aceitável se fosse verdade!

O prefeito Pimentel em Belo Horizonte está com um outdor mostrando as 152 obras que teria feito na cidade - não diz quais são no outdoor e acredite quem quiser!

O Patrus Ananias, para falar dos milhões assistidos pelo Bolsa Família, FEZ QUESTÃO DE RETIRAR OS CONTROLES DE EXIGÊNCIAS COMO ESTAREM AS CRIANÇAS FREQUENTANDO ESCOLAS!

Estando fazendo uma pesquisa em escolas da Grande BHte, agora em 2005,  pedimos uma lista aos órgãos públicos com o nome das escolas. Foi preciso fazer uma amostragem em relação a escolas de ensino fundamental que, segundo a lista, não dispunham de laboratório de informática. Tomadas dez escolas como amostra NÃO FOI POSSÍVEL PESQUISÁ-LAS PORQUE 8 DELAS (80%) NÃO TINHAM SENÃO UMA DAS SÉRIES DO CURSO FUNDAMENTAL E ERAM ESCOLAS PRÉ-PRIMÁRIAS! Ou sejam, só para receber verbas e “enfeitar” estatísticas.

ATÉ A VELHINHA DE TAUBATÉ  está tendo dificuldades de acreditar nas ”reservas morais” que vêm com a cara mais “contrita” do mundo falar que vão fazer “punições” daqui a não sei quantos meses, depois de julgamentos pela comissão de ética do PT ou do Congresso com “amplo direito de defesa” dos “supostamente envolvidos em irregularidades”, separando os “inocentes” dos culpados...

 

Fonte: Jornal “chapa-branca “ O  Estado de Minas” em 19/08/2005

Inversão de prioridades

Nenhum governo, na história do Brasil, desenvolveu um conjunto tão amplo e articulado de políticas públicas voltadas para os pobres e excluídos.

Patrus Ananias - Ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome

Por temperamento e formação, não é do meu feitio adotar um tom de arrogância, auto-suficiência ou triunfalismo para falar de realizações pessoais e políticas. Minhas referências cristãs e as vivências teóricas e práticas com a psicanálise ensinaram-me os caminhos do exame de consciência, da autocrítica e da reflexão, que nos reportam sempre aos nossos limites e fragilidades. Mas, diante da prepotência e do farisaísmo dos que se julgam donos da verdade e da moral, impõe-se um retorno dos ensinamentos cristãos sobre a verdadeira dimensão da humildade: um reconhecimento das nossas fraquezas, sem negar, todavia, os nossos talentos e virtudes. Sinto-me no dever de prestar contas do governo do qual participo. Tivemos uma reunião do ministério, dia 12, na qual foram apresentadas as realizações dos últimos 30 meses e fui o relator das políticas sociais. Saímos dela com o sentimento de que estamos cumprindo o nosso dever e com a certeza de que nenhum governo, na história do Brasil, desenvolveu um conjunto tão amplo e articulado de políticas públicas voltadas para os pobres e excluídos.

O historiador e cientista político Wanderley Guilherme dos Santos disse que o Bolsa Família é o pesadelo das oposições. São 7,5 milhões de famílias assistidas; serão 8,7 milhões até o final do ano e todas as famílias pobres do Brasil, em 2006. Estamos cumprindo rigorosamente as metas, garantindo a presença das crianças na escola e os cuidados com a saúde, aperfeiçoando os mecanismos de controle do cadastro e de fiscalização dos recursos. O Bolsa Família não é um programa isolado: a sua integração com o Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Peti) possibilitará que, até final de 2006, estejamos atendendo todas as crianças e adolescentes em situação de trabalho precoce. Os programas de atenção integral às famílias, implantando as casas das famílias, de apoio socioeconômico, a inclusão produtiva, integradas com os programas de microcrédito, de economia solidária e de desenvolvimento regional estão resgatando a auto-estima e a iniciativa das pessoas e possibilitando a sua inserção no mercado de trabalho. Foram 3,13 milhões novos empregos com carteira assinada. Os benefícios de prestação continuada, com investimentos de R$ 8,5 bilhões, asseguram aos idosos e portadores de deficiência pobres, uma renda mensal correspondente ao salário mínimo. São hoje 2,3 milhões de pessoas atendidas. O Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) saiu de R$ 2 bilhões, em 2002, para R$ 9 bilhões reservados para a próxima safra. Na mesma linha, o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) assegura a compra direta dos pequenos produtores. Estamos gerando trabalho e renda no campo e estancando o fluxo migratório da roça para as cidades.

Em processos públicos de seleção, oferecemos a todos os estados e municípios com mais de 100 mil habitantes a construção de restaurantes populares. Às 32 unidades do ano passado, acresceram mais 76 propostas em 2005. Os restaurantes populares se articulam com a compra direta de agricultura familiar, programas de educação alimentar, bancos de alimentos, cozinhas comunitárias, lavouras e hortas comunitárias.

Estamos consolidando o Sistema Único de Assistência Social (Suas), em ação republicana e suprapartidária com todos os governos estaduais e municipais. Com isso, a assistência social sai definitivamente do campo do assistencialismo e do clientelismo para o espaço superior das políticas públicas e das ações normatizadas.

São notáveis os avanços no campo da educação: o projeto instituindo o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) amplia recursos para a educação infantil e o ensino médio e prevê investimentos crescentes, de modo que, em quatro anos, o investimento anual do governo federal no setor seja de R$ 4,3 bilhões. O Projovem estará este ano assegurando o direito ao ensino básico, qualificação profissional e desenvolvimento de ações comunitárias a 200 mil jovens, entre 18 e 24 anos, nas 27 capitais do País. No campo de saúde, foram criadas 6.399 novas equipes de saúde da família (ao todo, 23.097), 24.696 novos agentes comunitários foram contratados e a Política Nacional de Atenção às Urgências, também implantada no nosso governo, partiu de 14 unidades, em 2003, para 142, em 2005, beneficiando 1,3 mil municípios. Poderia continuar falando de muitos outros programas.

Os pobres sabem deles. Por isso, avaliam o Fome Zero, o Bolsa Família e os programas sociais como as grandes realizações do governo Lula.

 

Falar em impeachment é despejar o País no caos e ver o circo pegar fogo

Maurício Pessoa – Jornalista

As oposições pensam o que a respeito da possibilidade do impeachment do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em conseqüência da onda de corrupção que assola o País? Ainda não é hora de se falar nisso, mesmo porque o processo de impedimento deve ser resultante de um esforço severo e árduo de investigação, que, aliás, vem sendo feito por duas CPIs em curso no Congresso. O impeachment jamais pode ser o objetivo, mas, sim, o resultado disso, embora nada indique, até agora, que o presidente Lula esteja correndo riscos. Claro que suas explicações à nação foram pífias, inseguras, esquisitas, e o pedido de desculpas
soou tão falso como uma nota de R$ 3, mas as investigações não mostram possibilidade de o presidente ser impedido, pelo simples fato de que o melhor desse governo foi a criação de uma oposição séria, crítica e consciente.

Ainda bem, pois essa situação paralisaria a nação, provocaria imensos prejuízos aos setores produtivos, e o conjunto da economia padeceria intensamente as conseqüências de um ato político que deve ser, por definição, a última instância do Congresso. Ninguém, em sã consciência, pode aplaudir o sofrimento gerado pelas investigações parlamentares, com alguns deputados e senadores, à luz dos refletores e sob as câmeras das televisões, transformando-se em investigadores promotores, juízes e carrascos. Se retirassem a TV da sala das CPIs, a inquisição não duraria duas horas e todos poderiam ir para casa mais
cedo. Ocorre que o conflito de egos e de vaidades, quase sempre atropelados pelo linguajar castiço de alguns parlamentares estimulado pela transmissão da TV, se transforma numa sonolenta e repetitiva indagação. Alguns falam pelo prazer de ouvir a própria voz e outros, com a caraça na tela, repetem ao infinito perguntas feitas, dezenas de vezes.

Surgem, então os mais novos astros da televisão, logo convidados para insossos talk-shows, nos quais a imodéstia parlamentar encontra espaço para desfiar conceitos que ofendem a inteligência e agridem o Código de Processo Penal. Durante os interrogatórios, os que se sentam à mesa como testemunhas ou investigados são massacrados por uma platéia pretensamente inocente, mas tão fora de foco quanto o discurso à nação do presidente Lula. Naturalmente, o objetivo das CPIs é de investigar as ações da quadrilha que se instalou nas proximidades do governo, o modo como essa gente se apropriou do dinheiro público e como se comprou deputados para dar sustentação aos constantes equívocos do governo. Mas, convenhamos, falar em impeachment é despejar o País no caos e ver o circo pegar fogo. Não é o caso, pois todos sabemos o preço da lona.

 

Heitor G. Carvalho é Professor Doutor em EAD, e leciona na Pós-Graduação do CEFET/Minas Gerais/BH).

Reproduzido, com autorização do autor, por Klauss Athayde, 21/08/05; RG 10.324.924 SSP/SP; klauss@klauss.com.br; kathayde@bol.com.br